9.6.16

Microgeração de energia, vaso de plantas E-Kaia



Ainda em fase de registro de patente, aparelho vem sendo considerado alternativa sustentável para usuários de smartphones e tablets. Nada de tomadas. Em um futuro próximo, talvez você recorra a um vaso de plantas para carregar seu celular ou seu tablet.


Chamado "E-Kaia", um dispositivo criado por três jovens engenheiras do Chile só precisa de uma planta bem cuidada para obter energia suficiente para recarregar baterias e vem sendo considerado uma alternativa sustentável aos usuários de smartphones e tablets.

Por mais inverossímil que pareça, na prática, é preciso "ligar" o dispositivo enterrando-o em um vaso ou canteiro. Como o E-Kaia ainda está em processo de registro de patente, suas criadoras não revelam muitos detalhes de seu funcionamento.


O Projeto

O projeto criado pelas engenheiras industrial Carolina Guerrero, a engenheira de computação Camila Rupish e a engenheira eletrônica Evelyn Aravena consegue provar que é possível carregar um celular ou tablet através de uma planta.

O mecanismo funciona como um circuito que gera cinco volts e 600 miliamperes e se conecta ao celular ou o tablet por meio de um cabo USB.

Durante o processo de fotossíntese, a planta produz matéria orgânica que transforma energia da luz em energia química. Ao redor das raízes, os micro-organismos se encarregam de processar essa energia que a planta utiliza para crescer e também para gerar elétrons como produtos secundários.


O dispositivo captura os elétrons que a planta não precisa, e por isso ela não é afetada para gerar a energia que o equipamento precisa.

Isso permite que em uma hora e meia seja possível dar uma carga completa em um celular ou um tablet.

Evelyn Aravena afirmou à imprensa local que "a ideia agora é deixar o dispositivo mais bonito, para torná-lo mais comerciável e também para que seja portátil e resistente".

A ideia nasceu em 2009, quando as três estavam na universidade. Com o projeto, elas ganharam um prêmio de inovação do governo chileno, em 2014. E também foram semifinalistas em um concurso internacional, The International Business Model Competition, organizado por universidades de ponta, como Harvard e Stanford.

No ano de 2015, elas ganharam outro prêmio e um respaldo financeiro de um órgão do governo chileno para criarem o protótipo.

Há outras iniciativas similares no mundo. Na Holanda, um projeto usa o mesmo conceito, mas em uma escala distinta.

A Plant-e usa amplas áreas plantadas como fonte de energia limpa. Sua co-fundadora, Marjolein Helder, diz que estamos prestes a entrar em uma verdadeira revolução com esse tipo de energia.

O projeto holandês também absorve os elétrons e os transfere para um dispositivo, que é ligado ao celular ou tablet. Segundo Helder, com 1 metro quadrado de jardim pode-se produzir 28 quilowatt/hora em um ano.

Baseado em dados de consumo médio de um lar americano, seriam necessários 372 metros quadrados de área verde para fornecer energia a essa casa.

Agora, Plant-e quer implantar seu processo de geração de eletricidade não só em terra firme, mas também em pântanos e plantações de arroz.

O custo de venda do carregador chileno ainda não foi calculado, mas as engenheiras já estão pesquisando materiais mais econômicos para produzi-lo. O protótipo custou US$ 504, um valor inacessível para a maior parte desse mercado.

A ideia é dar início a uma produção pequena, para gerar recursos e, depois, realizar um projeto em grande escala. Mas até lá, você pode observar vasos de plantas com um olhar totalmente diferente.



Faça como eles, tire ideias como essas do papel!


Ilustração: Heron Pereira Silva

Texto: Matheus José, Glauber Lucchese, Amanda Peres
Equipe Técnica: Bruna Peres, Giovana Manzani

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